Ele nunca leu um "livro grande" e não entende de política. É do PSD, o partido de Kassab, mas o que importa mesmo são outras três letras. "Sigla para mim é só KLB."
Em 1º de fevereiro assume, ou
melhor, estreia na Assembleia Legislativa de São Paulo o deputado estadual
Leandro do KLB, 30 anos.
Na eleição de 2010, Leandro
Finato Scornavacca recebeu pouco mais de 62 mil votos. Ele chega ao cargo
depois que o titular, Ary Fossen (PSDB), morreu e outros três suplentes
renunciaram para assumir prefeituras do Estado.
Tomou posse no último dia 3 e foi
clicado pela imprensa com um estranho visual: terno e gravata. "Vou ter
que usar só no plenário. Fora, pode roupa normal", conta.
Com
12 anos de carreira artística e cerca de 5 milhões de CDs vendidos, Leandro
está aprendendo a circular pelos corredores da Assembleia. Não se perde mais no
caminho do seu novo gabinete, o 1.020, que está sendo decorado pela mãe.
Ele
não conhece os detalhes da decoração, mas sabe que terá uma imagem de São
Miguel Arcanjo, de quem é devoto. O santo, aliás, será tatuado no bíceps
direito do deputado. No tríceps está o logotipo do KLB. Já no braço esquerdo,
tem Jesus no tríceps e "The Twilight Zone", uma série de TV, no
bíceps.
Leandro
é boxeador profissional, treinado pelo conceituado Miguel de Oliveira,
ex-Maguila. Apesar de não participar de campeonatos, faz sparring, ou seja,
ajuda no treinamento de pugilistas famosos.
Seu
nariz todo mole, com a cartilagem quebrada em diversos pedaços, já passou por
Popó, Vitor Belfort e outros.
Desde
criança, Leandro gosta de esportes. Já os estudos não são o seu forte. Repetiu
as 2ª e 5ª séries (hoje 3º e 6º ano do fundamental) e foi expulso de escolas
"várias vezes". "Era bagunceiro, não estudava muito, explodi os
banheiros da escola."
Nesse
tempo de colégio, leu os livros obrigatórios, "aqueles
pequenininhos". "Mas não considero como livros, eram finos, não se
aprofundavam tanto no tema. Livro grande mesmo nunca li."
Ele
tem três na prateleira que já começou a folhear, mas não consegue terminar: o
best-seller "A Cabana", de William P. Young, "O Príncipe",
de Maquiavel, e um "de mistério, assassinatos", de que não se lembra
o nome.
Não
acredita que o fato de não ler e de não ter feito faculdade atrapalhe o seu
trabalho como deputado. "Não faz a menor diferença. Embora a leitura seja
importante, a gente tem a oportunidade de viajar o Brasil inteiro, de conhecer
as pessoas, os lugares e suas dificuldades."
Ele
e seu irmão Kiko (o K do KLB) entraram na política a convite de Kassab. Em
2011, para deixar o DEM e fundar o PSD, o ex-prefeito de São Paulo usou a
estratégia de convidar famosos.
Após
uma campanha contra a pedofilia, Leandro diz que irá "defender a família e
as crianças". Para isso, quer "chamar as pessoas certas e elaborar um
projeto".
E
não se importa com a indefinição do partido, ora de braços dados com o PT, ora
com o PSDB. "Nem sabia disso. Para mim, não muda muito o lado, não tenho
esquerda ou direita. Sou como um cidadão qualquer aí fora e só quero dar o
melhor de mim."
(Fonte: FolhaUol)
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